terça-feira, 27 de setembro de 2011

Caminheiro.



pedaços de mim mesma espalhados...
tão clichê, mesquinho
como todos os círculos que rondam
os inafazeres.
me coloco em cada ponto
e de tudo sai em branco
emudecido de eficiência.
minha impotência perante a glória
meu desespero perante a destruição
que por milagre, pedaços deixa intactos.
entre as partes ligadas,
estão os abismos negros profundos
que às vezes possuem pontes
para atravessá-los
e depois, estas desaparecem
como se nunca existido houvessem.

no fundo, sei que de besteira
não passa.
porque é tão pequeno,
pois tanto grande há.
me diz o caminheiro ceifador
que falta um largo tempo pra me ceifar.
e eu acredito.
mas não é por minha higidez,
é pelos infinitos e belos laços
que através do abismo, me prendem.