domingo, 2 de dezembro de 2012

Os astros e eu.

E essa sou eu
A pele crua de nudez
Tentando me definir...
E a noite muda
de insensatez à insensatez
Porque de complementar e de respostas
Pouco pude somar.
Não acreditava em horóscopo,
Quiçá agora me venha a calhar crer
Que aqueles de sagitário
Tem muito, os outros,
A este signo revelar...
E a perdoar e recriar
Outros sentimentos;
Não nas entranhas da vida e do fluxo
Mas nesta deste mês de dezembro.

Eu, de sinapses confusas,
Pelo menos, de forma clara,
Tenho um pedido:
"Não deixe que me perca
Salva-me da resolução predita
Que diz que devo te trair
E aventurar-me no inaudito."

Se os astros ponderassem minha vontade
Sol, lua e estrelas brilhariam
em momentos específicos que me conviessem.
Mas você, você que eu clamo
Sabe que não é bem assim...


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Um pouco da semente.


eu percebi que
as minhas fotos mais bonitas
(corto, neste momento,
o ímpeto de dizer menos feias)
são com as minhas irmãs.
não é só pela beleza delas,
mas entenda meu caro,
são elas.
brigamos, e por vezes,
até nos escabelamos
mas eu acho que é assim
que é.
embora eu seja vinho
em meio ao leite,
e a mistura seja heterogênea,
tudo funciona, talvez melhor
do que deveria.
vejo irmãos que são leite
e leite,
mas não sei o que de fato mudaria
na mistura de meus pais.
quiçá maiores contas de telefone
ou menos contas de guarda-roupas.
o desfecho é
que nos amamos
e creio que esse amor,
incondicional certamente
para dar certo,
tem de ser inato
e imperecível
porque senão,
novamente, meu caro,
essas palavras não existiriam.

sábado, 5 de maio de 2012

Que vergonha. Uma linda lua no céu, e daí?


O que nesta muda cidade muda,
Quantas pessoas nesta cidade
Puderam deveras ver a lua colossal?
Quantas pessoas nesta cidade
Estavam tão imersas nos problemas
Da péssima gestão
Que não puderam apreciar o que viam no céu?

E daí que “essa gigante” não aparece há dezoito anos?
Quantas coisas boas aconteceram nestes últimos
Que decorreram daquela lua linda de 93?
Quanta gente, quantas criaturas
Ainda sofrem
Porque nossas nádegas, inexoravelmente sentadas
Assistem a decadência do mundo
Passivas, como se nossa Terra fosse outra?

E daí, será que naves estelares como a Millenium Falcon
Viajando na velocidade da luz serão inventadas amanhã
Pra que possamos fugir para um paraíso em Vega
E dessa forma deixar a consciência desta Terra para trás?

E daí que eu sofro com isso?
Tu não sofres?
Então, meu caro, desculpa
Não te reconheço!

domingo, 29 de abril de 2012

O que de mim ama.


sinto falta.
sinto falta de ti,
daquele amor.
me doi e sei que esse sentimento
não é restrito a mim
quando digo que algo não está certo.
amo-te menos?
amas-me menos?
não sei...
em momentos de desilusão mundando
quantas asneiras podem se passar
por uma cabeça fraca...
neste momento, neste frio
sinto falta de ti.
mas sinto falta daquele você
que não se incomodava com a falação
(a qual infelizmente me persegue).
o que de mim mudou
em relação a ti?
o que de mim me faz
e portanto, te faz
difente?
eu quero uma pitada de encanto
de volta.
quero as conversas ao msn,
quero os poemas -
teus, tão claros e compreensíveis;
meus, várias palavras
agrupadas sem valor agregado.

amo-te, e espero sempre te amar
tanto quanto tu me amas.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O eu do início da escada.

vendo antigas fotos
miro um outro eu
de mim.
um eu tão diferente,
que quase não me reconheço
e em função disso
quase não me lembro.
recordo a história,
o contexto do outro eu
mas o eu, me foge.

quiçá, deveras, eu fujo
do passado.
e parece muito pertinente
lembrar o que se pretende.
mas então, em minha defesa
de viva alma condenada,
me recordo que também
recordo o que pretendia esquecer
e disso decorre
minha absolvição
de mim mesma
e a conclusão
de que a pertinência
só o é em 5%.
Pois tanto há que desejo apagar
e tão pouco que se faz acordar!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Um novo devaneio de um infortúnio novo.

quem me dera eu fosse o remédio de mim
mas logo vejo o quanto é de ti.
querer remediar-me é meter-me
em melindrosos anseios
que ao invés de respostas,
masis dúvidas se apontam.
teus conselhos são flechas
que norteiam os trilhos,
são estrelas que mapeiam
as rotas a que buscar.

mas que infortúnio é este
que me acomete?
que lograda é esta
que ao invés de dar segurança,
pois são minhas próprias decisões,
impõe-me minha ignorância
de mulher de alma pobre
que não sabe como remediar-se da ânsia
sem a infligir a outrem?

 Falo de ti, de mim, de outros
Tantos vultos que me perco
e te faço perder-se também.
Meu santo Pai, rogo
rezo de verdade,
para que me aguentes à eternidade!