sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Fagulha de morte em meu peito.

ele não viu o que eu vi
também não sentiu o que eu senti
vai me chamar de louca
quando eu disser ao telefone que Deus
deveria mandar uma praga
que destruisse os homens -e somente eles-
todo essa miríade que chamam humanidade.
eu vi, há pouco, a capacidade
de se fazer "Humanidade".
Na época do nascimento do cordeiro
fazem, controversamente, de cordeiro
aqueles que nem entremeio a história
deveriam estar.
vi, que por uma tradição, um pernil em uma mesa - para resumir-
um ser vivo perdeu a vida
de uma forma tão indigna e dolorosa
que a tradução em letras se faz difícil.
uma morte, que nem o mais vil dos humanos
haveria de merecer.
uma morte, de um Animal,
que em meu peito se traduz
como o fim daquilo que eu considerava Humanidade
também a morte da esperança nos homens
que falham, apontam e se conduzem novamente à perversidade.
se sou parte da horda humana,
pois bem, não o queria ser desta forma
que me causa náuses
e certeza de que estou aquém de fazer.