domingo, 6 de maio de 2018

Reflexos do meu tamanho

"Todo mundo espera alguma coisa
de um sábado à noite".
Espero paz.
Bem que já esperei por ti,
talvez espere - mas nego,
pois parece que nossos átomos se repelem;
Teu sul não é meu norte
e tampouco sirvo a tua inspiração e desejo.

De musa?
Tenho nada.
Talvez se fosse pouco mais meiga,
e por que não dizer,
Menos feia?

Resignada, de pernas pro ar,
cruzadas, sim
Escrevo veladamente - não lerás.
Tal como Chuck Berry ou Beethoven na Voyager
talvez nunca sejam ouvidos,
Quiçá essa confissão se perca no universo.

Carl, estou no pálido ponto azul,
Minúscula.
É um tanto reconfortante a pequenês
e a solidão.
Não crês (cria), que estamos sós,
Mas por ora, rogozijo-se nesta condição.

Consolata, 28/04/18

segunda-feira, 5 de março de 2018

me sinto


Queria escrever tanto
falar tando do que sinto
sem ser piegas.
Mas as palavras não saem;
ou se são escritas,
são tolas e óbvias…

mas escrevo porque preciso.
Porque sufocam-me as ideias
que ficam presas acima da garganta.
O que atraio?
Me sinto feia, desengonçada, enorme.
Emburrecendo.

A inércia me consumindo.
Sedentarismo me atrofiando os tendões
e o tempo gasto na “internet,” a sapiência.
Me tire daqui!

Ei Juca Pirama, não sou brava nem forte,
nem a tribo alguma pertenço…
Tô mais para os Brás Cubas,
mantendo em mim a minha miséria.



                                                        Sad bear at the Budapest Zoo