terça-feira, 24 de maio de 2011

Solicitude II

Se eu tenho um desejo?
Talvez...
Não é fácil admitir
Que nem sempre tudo é tão estático
E ligado a algoritmos.
Às vezes, dois minutos
Ou se preferir, 120 segundos
São suficientes para impactar cinco horas
Que se transpõem em momentos indefinidos
Variável contínua em um intervalo.
Nem tudo precisa ser aterrador
Basta ser inesperado e sutil
Como a brisa morna que sopra num veranito
Ou o raio de sol que diz que a viúva vai casar.
Não é nescessário crer
O que deveras importa é o anseio
De um dia vir a ter fé.
Os seios do mundo são tantos
Carreados de imensidão,
Que quem, repito
Quem sou eu para predizer sua finitude?
Recebi uma lufada de vento inspirador
Cantante, com vozes, rufar e sopros
E com calma, coragem e alento
Inspiro profundamente o ritmo
Que com ternura e sem melancolia
É doce e embala minh'alma.

Na Millennium Falcon, eu vou.

Talvez eu vire marxista
porque a todos os olhares
bate aquele soco de realidade
que ninguém quer ser feliz
a não ser que a isso se resuma brilhar.

tô de saco cheio
deste mundo, um saco cheio de gente
que constrói bolhas pra depois querer
revestí-las de ouro e diamante
pra ver qual brilha mais.
enquanto sob todo o brilho
nada mais há que desnutrição.
desnutrição de alma, cultura e compaixão.
conquanto, apresenta tanta sobra
de indolência, incoerência, insuficiência
humana.

deixar o outro morrer é humano?
se achar melhor por mais brilho é humano?
então, quero ir pra Marte
ou algum planeta habitável
em alguma área propícia
num canto qualquer da galáxia
que esteja disposta a me receber.

sábado, 14 de maio de 2011

Ágape.

Vejo tanto e portanto vejo nada.
Enxergo tanto nos outros
E em mim nada.
Do tanto que vejo:
Beleza e sapiência
E em mim sinto falta.

Por que ao invés de letras sobre mim
Não brado a triste dor
Daqueles que nem pouco tanto para viver tem?
Há tantos porquês e não encontro resposta.
Tagarelar sobre mim é lixo
É perder-se em deveneio infundado
Perante o qual mudo é prolixo.

Me falta tanto, mas tanto
Que até mesmo me falta amar.
A tudo.
Às árvores, aos passáros, às pessoas...
Mas, pelo meno nisso, não me encontro sozinha.

Se amor houvesse, assim como sementes
Que mundo encantado não seria este?
Existiriam árvores multicoloridas
E flores capazes de cantar e voar
Porque o amor nutre e dá poderes especiais.
Imagine cantar à luz da lua sobre os mitos
Sem ninguém taxar-lhe de louco?
Imagine estender a mão a um idoso
E isso paracer corriqueiro?
Imagine compartilhar metade de seu hamburguer
Sem sentir-se ultrajado?
Imagine dormir com as portas abertas
Sem se preocupar se alguém vai entrar por elas?

Talvez amor seja Deus.
Não um deus relioso que se vende por aí
Nem um deus punitivo, como se impera por aí
Mas um Deus que seja amar.

"Amai-vos uns aos outros
Como eu vos amei."
(Jo 15, 12)
 
Primeira Carta de Sâo João: 
Cap. III "13 Não estranhem, irmãos, se o mundo odeia vocês. 14 Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos aos irmãos. Quem não ama, permanece na morte. 15 Todo aquele que odeia o seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem dentro de si a vida eterna.
16 Compreendemos o que é o amor, porque Jesus deu a sua vida por nós; portanto, nós também devemos dar a vida pelos irmãos. 17 Se alguém possui os bens deste mundo e, vendo o seu irmão em necessidade, fecha-lhe o coração, como pode o amor de Deus permanecer nele? 18 Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade. 19 Desse modo saberemos que estamos do lado da verdade; e diante de Deus poderemos tranqüilizar nossa consciência; 20 e isso, mesmo que a nossa consciência nos condene, porque Deus é maior do que a nossa consciência, e ele conhece todas as coisas."

Cap. IV: " 18 No amor não existe medo; pelo contrário, o amor perfeito lança fora o medo, porque o medo supõe castigo. Por conseguinte, quem sente medo ainda não está realizado no amor. 19 Quanto a nós, amemos, porque ele nos amou primeiro. 20 Se alguém diz: «Eu amo a Deus», e no entanto odeia o seu irmão, esse tal é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. 21 E este é justamente o mandamento que dele recebemos: quem ama a Deus, ame também o seu irmão."


P.S.: Não é este um texto de apologia à religião. Na catástrofe em que se encontra o mundo, com pessoas morrendo de fome e sede, enquanto todos viramos o rosto pois não somos nós, talvez só que o falte seja menos egoísmo, que se traduziria em mais amor.  

Paulus - Bíblia - edição pastoral (fonte)

terça-feira, 10 de maio de 2011

LICIDEF.


e então retorno ao meu eu
de sempre.
meu eu, tão eu, tão apagado
na muldidão.
aquele eu, último da fila
de segundo, terceiro, infinito plano.
mas e quando não fui eu?
teria estado em tamanho engano
que se desvaneceu o aviso sonoro
de que esse tipo de entranha
nunca me pertenceu?

nem a casca,
nem o âmago...
na vigência deste tempo
de universo sem paralelo
não há resposta que se encontre
sem a compreensão de que
não há ecdise.

domingo, 8 de maio de 2011

A lot of mistakes.

Should I write?
I'm not supposed to write
I have just these lost words
Swimming in the paper
Looking for themselves
Because I can't reach them.

What am I?
I'm not asking who am I
'Cause I don't even know what w-h-o means
I can be dust in the wind...
Or a rolling stone going down on the hill...

 What am I?
A bird that can't leave the nest
because it has bad wings?

After all these unthinkable questions
I still don't know what am I
And if one day it will be known what who means.
But I remember... at least
I've made a promise: not write till be ready.
It's true I've tried to follow my will
But how... if not even over my brain I've got control?

P.S.: I'm sorry about grammar mistakes, but I'm still incipient. And this pseudo-poetry (yeah, I incredibly know this is not poetry) did not supposed to exist, because (I fortunately know) it's poor and awful.